domingo, 31 de julho de 2011

Nova Iorque 1930



VIDA COTIDIANA DA CRISE.

Com maus modos, às bofetadas, a crise desperta os norte-americanos. A catástrofe da Bolsa de Valores de Nova York rompeu o Grande Sonho, que prometia encher todos os bolsos de dinheiro, todos os céus de aviões, todas as terras de automóveis e arranha-céus.

Não há quem venda otimismo no mercado. A moda se entristece. Caras compridas, roupas compridas,cabelos compridos: acabaram-se os enlouquecidos anos vinte e com eles acabaram as pernas à vista  e o cabelo curto das mulheres.

Verticalmente desce o consumo de tudo. Só aumentam as vendas de cigarro, horóscopos e lâmpadas de vinte e cinco velas que dão luz mortiças mas gastam pouco. Hollywood prepara filmes sobre gigantescos monstros desatados, king kong, Frankestein, inexplicáveis como a economia, irrefreáveis como a crise, que semeiam o terror nas ruas das cidades.

(15 e 331- Memórias de fogo, E. Galeano) 

texto retirado do livro de Eduardo Galeano.
página 131.








segunda-feira, 18 de julho de 2011

Luiza.




Lua,
Espada nua
Boia no céu imensa e amarela
Tão redonda a lua
Como flutua
Vem navegando o azul do firmamento
E no silêncio lento
Um trovador, cheio de estrelas
Escuta agora a canção que eu fiz
Pra te esquecer Luiza
Eu sou apenas um pobre amador
Apaixonado
Um aprendiz do teu amor
Acorda amor
Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração

Vem cá, Luiza
Me dá tua mão
O teu desejo é sempre o meu desejo
Vem, me exorciza
Dá-me tua boca
E a rosa louca
Vem me dar um beijo
E um raio de sol
Nos teus cabelos
Como um brilhante que partindo a luz
Explode em sete cores
Revelando então os sete mil amores
Que eu guardei somente pra te dar Luiza
Luiza
Luiza



Ana Carolina

Composição: Antônio Carlos Jobim

domingo, 3 de julho de 2011

O passado no presente e no futuro.

Algumas histórias marcam sua vida. Temos uma linha tênue entre o que pode existir e o que não pode ou entre o que poderia ter acontecido e o que aconteceu. A diferença está na atitude, alguns tomaram a decisão de tornar determinados momentos ou coisas em realidade. Somos feitos de fatos, somos o que somos a partir do que vivemos, e isso não vai mudar nunca. Acho que a lembrança, no final das contas, acaba se tornando o detalhe mais interessante e mais importante do ser humano. Como esquecer nossas histórias se a vida , as nossas  vidas são verdadeiros longas-metragens formados pelo encadeamento de cenas onde horas fazem sentido horas não.
Muitas decisões moldam nossas vidas, metade delas serão aquelas tomadas com consciência a outra metade não. Riscos? A gente continuamente corre riscos, e esse é o detalhe que deixa emocionante as mil-e-uma-histórias. Sabem...tem outro detalhe, viver é bom, porém viver sendo o  ator principal é muito melhor. Então, vamos aproveitar, pois tudo só nos acontece “daquele jeitinho especial” uma vez, infelizmente ou felizmente. Se arrepender? Jamais diga isso, meu caro. Na verdade tudo é história, histórias que depois servem para serem lembradas e contadas.


“(...) E quem não tivesse força de ter prazer, que antes cobrisse cada nervo com uma película protetora, com uma película de morte para poder tolerar o grande da vida.” 

                                                     ( Fotografia:  Filipe P Neto - Olhares.com)



                                                                                                                                 


                                                                                                                            Stephanie Vieira Brito.