sábado, 1 de dezembro de 2012



"É preciso sonhar,
 mas com a condição de crer em nosso sonho, 
de observar com atenção a vida real, 
de confrontar a observação com nosso sonho,
 de realizar escrupulosamente nossas fantasias. 
Sonhos, acredite neles."


disseram uma vez que jamais devemos deixar morrer o tão antigo ato de sonhar. E é isso mesmo. Crer veementemente que as coisas não são permanentes, que tudo muda quando acreditamos e trabalhamos para algo ser mudado, que a construção de fantasias e sonhos a dois, três, quatro, infinito, não são bobagens de criança. Crianças não são bobas e sonham com tudo aquilo que é possível, pois nada é inflexível, nem petrificado, nem eterno. Não permita que continuem disseminando  a ideia de que quem sonha vive no mundo da lua, da quimera, da fantasia. Em tempos de puro individualismo, de prepotência, de autoritarismos velados, de democracia disfarçada, de competições sangrentas, as quais provocam destruições, culminam violências. Em épocas de falta de amor, de ceticismos com relação a tudo, até mesmo da confiança entre as pessoas mais próximas a tal ponto, que hoje se confia muito mais num cachorro (não que não sejam dignos de respeito, pelo contrário), do que na própria humanidade, aprendi que aquelxs que sonham são livres, aquelxs que lutam são livres, aquelxs que acreditam na mudança do mundo, na transformação dos modelos predadores de vida, são livres e, acima de tudo, daquelxs que acreditam nisso tudo com amor, que baseiam suas lutas pelo amor, por um outro tipo de amor, sentimento esse o qual não vira sinônimo de propriedade, de posse, são livres! O caminho a se trilhar é longo, mas vamos somando forças, conquistando companheiros e companheiras, marchando pelas ruas dos centros e dos guetos, vamos, pois a luta é grande e árdua, vamos porque nesse momento em que escrevo as emoções afloram e sucumbem meu corpo com toda a força das lembranças de todos aqueles dias que me coloquei nas lutas, com toda a força dos olhares(cheios de chão e estradas a trilharem) os quais cruzaram meus olhos. Com toda a energia das vozes que entoavam canções de protesto e ecoavam  freneticamente pela cidade. Por todas essas pequenas grandes lembranças, sim, pequenas, pois sou peixe novo nas águas desse rio. Muitas lutas hão de vir. Muitos sonhos hão de se realizar. E que a história tenha por encargo jamais nos esquecer!

E que nós, jovens companheiras e companheiros, jamais nos esqueçamos de tudo aquilo que sonhamos no calor de nossa juventude.

01.12.2012- Stephanie Vieira Brito.