domingo, 19 de abril de 2015

Cartas Navegantes n.º II.








Algumas vezes, tão pálidas são as palavras que não conseguem significar nem mesmo o nome que as deram. Palavras vazias de sentido, porque de tão frágeis não suportam o furacão de sentimentos que se passam em mim e por isso se desmancham no ar, ou mesmo na folha do papel. Não pretendo, aqui, exagerar, embora mesmo, a vida seja esse exagero, esse rebento macio da noite virando dia. Esse efêmero passar das horas e esse surrealismo constante de desenhos do cotidiano, o qual criamos em nossas mentes. Companheiro, queria te dizer que a distância é um ponto afetado e que excita (re)ações, é uma forma expressiva a qual nos fagulha e produz um turbilhão de sentimentos, tão fortes como as correntezas dos rios. Ando escorrendo feito rio, tenho olhos d’água que me brotam dia e noite e por isso tem sido de extrema dificuldade caber em palavras, sons, gestos, cheiros. Inundo a cidade inteira, olho pros lugares, pros becos, pras sarjetas, olho pras vielas bonitas, penso em nós. Recordo.  Assim derramo, desancoro meu barco da saudade e navego. Para este dia de muitos (re)nasceres, te desejo, companheiro desta vida, muita proteção e fortalecimento do espírito e da tua mente. Te desejo caminhos bons, caminhos sinceros, felizes e intensos. E já que estás nas terras do bom vinho, te desejo muitos sabores também. Fica bem e Feliz Aniversário!!! Que Iemanjá proteja, por cima das águas, teus rodopios pelo mundão. Te amo muito, lindeza.

StephanieVB.
(22/2/15).