Amo todas
Suas dores
Seus olhares
Amedrontados
Dor em carne viva
Labuta de cada dia
Não há nada mais
Que me comova
Teus olhares
Teus prantos
Olhar guerreira
Olhar doído
De tantos séculos
Da mais vil submissão
Olhar escandaloso
Olhar de tortura
De tantos sonhos
Usurpados, sabotados
Pelo patriarcado
Tu és guerreira
Eu sei
Eu sinto
Eu sou
Nós somos
As correntes
Que te aprisionam
Não mais te amedrontam
Vamos rompê-las
E mesmo que toquemos
No abismo
Retornaremos
Ainda mais fortes
Ainda mais despertas
Ainda mais libertas
Pois sou filha tua
Sou irmã tua
Sou amante tua
Sou mãe
Sou avó
Sou preta
Sou indígena
Sou ribeirinha
Sou campesina
Sou nortista
Sou Amazônida
Somos chama
Somos o fogo
Somos a revolução
E juntas marchamos
E muito mais marcharemos
Faremos levantes
Em toda America-Latina
Pois somos todas
E porque quando uma avança
Todas Avançamos
Mátria Livre
Venceremos!
Stephanie V. B.
Nas labaredas do 6.º EIV-PA
25/7/2015.