terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Cartas Navegantes.



 Arte e fotografia de Paola Alfamor (https://www.facebook.com/alfamorarte?fref=ts)
A um caixeiro viajante



No clarão das palavras, benditas são aquelas que floreiam nossos dias. Nos encontramos tão despretensiosamente pelos caminhos da vida, lindeza, quanta ternura e quanta beleza nos foram reservadas. De 2013 para cá, atravessamos os mistérios do tempo, rompemos os dias, desvirginamos madrugadas, compartimos (estando longe ou perto) preciosos momentos, nos banhamos nos poros do corpo do mundo, e quantos poros nos faltam para mergulhar profundo? Muitos tantos. Quantas mais sensações a vivenciar. Nossas vivências. Nossas histórias cravadas no livro das lembranças, enfeitado com pano de chita.
A importância do cuidar, do sentir, do regar para florescer pintou, com tintas bem coloridas, o nosso mural desse ano que logo mais se encerrará. Florescemos. Daqui destas poucas horas que faltam para 2015 nos abraçar (há-braços cheios de vontade de viver) e nos amar (haverá amor também), penso que este ano que está batendo nos portais dos ponteiros do relógio, embora o frio na barriga, sei que será de muito fortalecimento e muito ama-durecer (pero sin perder la ternura jamás), e principalmente de muita saudade e de muita vontade de estar junto.  Mas nós conseguiremos, não é mesmo companheiro de vida?  Viver, conhecer, sentir o que há depois do mar...Tenho tanto amor por ti, tanto carinho. Belezas de uma vida inteira. Que esse ano que se aproxima seja intenso para ti, para nós. E que a Rainha do mar te proteja, jovem pisciano. Que a Amazônia esteja sempre viva em ti, em nós - Iara, Matinta,  Mapinguari, Boto, Muiraquitã , Saci etc- INGÁ! Te amo muito.
StephanieVB,
Belém, 30 de dezembro de 2014.
Para Vini, com amor.

sábado, 30 de agosto de 2014

Antes do trevo da estrada

Foi dedilhando as fotos
Decorando o quarto
E a alma
Remontando vivências
Passadas
Reminiscências.

Foi olhando o relógio
conferindo o tempo
contando os 365 dias
A dedo


Não me recordo
apenas do momento
Em que o vento bateu
E nos embaraçando
nos volveu por outros
Destinos

Suspiro profundo
E tento entender
os atropelos da vida
As esquinas perdidas

Se dizem que fui eu
Que displicente as deixei
Digo que: todas nós,
Engolidas pela rotina,
somos as protagonitas
e sujeitas do que se sucedeu

 Não decorei as paredes
 Do meu quarto,
com retratos nossos,
Guarneci a memória
Atravessei o passado
Para espreitar as escondidas
Aquelas alegrias
De outrora

Alegrias, tristezas
Afetos, descobertas,
Segredos, olhares
Medos, loucuras,
Devaneios, sororidade
O despertar.

Carrego dentro do meu ser
A beleza escancarada
Da amizade que tinhamos
Que talvez ainda tenhamos
E que, porventura, possa estar
Escondida atrás daquele
Único poste da rua soturna
de pouca iluminação

No ranger do peito
Ainda sinto ardorosa 
E pulsante nossa a amizade.

Stephanie Vieira Brito
 Belém, 30 de agosto de 2014.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Mulher! Renasce da terra
Forte, Deusa do tempo
Da vida, resgatar e brotar
Sente o cheiro do tempo
Do vento oxalá!
Nutrir sementes!

Deusa do tempo flamejante
Brota, Renasce, fortificante
Aguenta as mais fortes tempestades

Faz horizonte até tocar o céu
Azul céu, azul tempo, cor anil
Cresce sustenta forte
Deusa do tempo.

Deixa que a água te encharque
te vigore, te derrame
te deixe indomada
Indomável, Mulher!

Deusa do Tempo
Renasce da terra
Conduza o tempo
Com tua força
Oxalá!

StephanieVB 17/04/2014.