Antes do trevo da estrada
Foi dedilhando as fotos
Decorando o quarto
E a alma
Remontando vivências
Passadas
Reminiscências.
Foi olhando o relógio
conferindo o tempo
contando os 365 dias
A dedo
Não me recordo
apenas do momento
Em que o vento bateu
E nos embaraçando
nos volveu por outros
Destinos
Suspiro profundo
E tento entender
os atropelos da vida
As esquinas perdidas
Se dizem que fui eu
Que displicente as deixei
Digo que: todas nós,
Engolidas pela rotina,
somos as protagonitas
e sujeitas do que se sucedeu
Não decorei as paredes
Do meu quarto,
com retratos nossos,
Guarneci a memória
Atravessei o passado
Para espreitar as escondidas
Aquelas alegrias
De outrora
Alegrias, tristezas
Afetos, descobertas,
Segredos, olhares
Medos, loucuras,
Devaneios, sororidade
O despertar.
Carrego dentro do meu ser
A beleza escancarada
Da amizade que tinhamos
Que talvez ainda tenhamos
E que, porventura, possa estar
Escondida atrás daquele
Único poste da rua soturna
de pouca iluminação
No ranger do peito
Ainda sinto ardorosa
E pulsante nossa a amizade.
Stephanie Vieira Brito
Belém, 30 de agosto de 2014.
pra quem é esse ?
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