sábado, 18 de julho de 2015

Rascunho, borrão, bagunça: mais uma carta nevegante n. III

Emoção tomando conta
Difícil dispersar a insegurança
Difícil achar equilíbrio
Quando o complexo cotidiano
Anda um tanto não palpável
Sinto saudades
Sinto angustias
Sinto medo
Sinto o peso da responsabilidade
Sinto as contradições
Que recaem sobre meu ser
A memória anda confusa
Tantos acontecimentos
Amor
luta
viagens
territórios novos
Entardeço erguendo o punho
Gritando
"Pátria Livre!"
Amanheço com agonia no peito
Teu nome é mel na minha boca
Teu nome tem o peso da saudade
Que há meses me habita
Como eu dizia
memória confusa
luta, labuta
novos ares
velhos ares
Explosão
Na minha feroz boca
Tem uma arapuca
Ou mordo a língua
Ou evidencio o óbvio:
"Língua não tem osso"
A saudade me deixa de boca seca
E tenho sede da tua presença
E tenho muita vontade de ti
Ainda farei a poesia da viagem
Isso me marcou
Isso também te afetou?
Já estou em terras paraenses
o tempo rápido passou
E mesmo no cansaço
Na correria
Na luta necessária
Pra fazer revolução
Trago no peito a seguinte mensagem:
Mais 6 meses eu não aguentaria.

Stephanie Vieira Brito.