sábado, 1 de dezembro de 2012



"É preciso sonhar,
 mas com a condição de crer em nosso sonho, 
de observar com atenção a vida real, 
de confrontar a observação com nosso sonho,
 de realizar escrupulosamente nossas fantasias. 
Sonhos, acredite neles."


disseram uma vez que jamais devemos deixar morrer o tão antigo ato de sonhar. E é isso mesmo. Crer veementemente que as coisas não são permanentes, que tudo muda quando acreditamos e trabalhamos para algo ser mudado, que a construção de fantasias e sonhos a dois, três, quatro, infinito, não são bobagens de criança. Crianças não são bobas e sonham com tudo aquilo que é possível, pois nada é inflexível, nem petrificado, nem eterno. Não permita que continuem disseminando  a ideia de que quem sonha vive no mundo da lua, da quimera, da fantasia. Em tempos de puro individualismo, de prepotência, de autoritarismos velados, de democracia disfarçada, de competições sangrentas, as quais provocam destruições, culminam violências. Em épocas de falta de amor, de ceticismos com relação a tudo, até mesmo da confiança entre as pessoas mais próximas a tal ponto, que hoje se confia muito mais num cachorro (não que não sejam dignos de respeito, pelo contrário), do que na própria humanidade, aprendi que aquelxs que sonham são livres, aquelxs que lutam são livres, aquelxs que acreditam na mudança do mundo, na transformação dos modelos predadores de vida, são livres e, acima de tudo, daquelxs que acreditam nisso tudo com amor, que baseiam suas lutas pelo amor, por um outro tipo de amor, sentimento esse o qual não vira sinônimo de propriedade, de posse, são livres! O caminho a se trilhar é longo, mas vamos somando forças, conquistando companheiros e companheiras, marchando pelas ruas dos centros e dos guetos, vamos, pois a luta é grande e árdua, vamos porque nesse momento em que escrevo as emoções afloram e sucumbem meu corpo com toda a força das lembranças de todos aqueles dias que me coloquei nas lutas, com toda a força dos olhares(cheios de chão e estradas a trilharem) os quais cruzaram meus olhos. Com toda a energia das vozes que entoavam canções de protesto e ecoavam  freneticamente pela cidade. Por todas essas pequenas grandes lembranças, sim, pequenas, pois sou peixe novo nas águas desse rio. Muitas lutas hão de vir. Muitos sonhos hão de se realizar. E que a história tenha por encargo jamais nos esquecer!

E que nós, jovens companheiras e companheiros, jamais nos esqueçamos de tudo aquilo que sonhamos no calor de nossa juventude.

01.12.2012- Stephanie Vieira Brito.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Para Maria, Com Amor.

Para Maria
Com Amor

Deixei esse violão
Para ela (en)cantar
As noites dos bares de então
Para ela levar poesia para
As ruas, os becos, os morros
E por onde mais houver portas abertas

Para Maria
Com Amor

Fazer ecoar as vozes dxs oprimidoxs
Dxs amantes
Dxs desgarradxs
Dxs que há anos 
Não possuem voz nem vez

Para Maria, com amor...

(Eu também dedico este poema)


- Belém, 18.09.12, Stephanie Vieira Brito

segunda-feira, 27 de agosto de 2012


Esse ponto
Que navega
Pelos braços
Hora largos
Hora estreitos
Desse Rio
Destino
Que não se sabe

Porém saber seguir
Saber fazer escolhas

Navegar por esse Rio torto
Por esses caminhos tortos
Repleto de riquezas e aventuras
Repleto de sonhos
Descoberta, prazeres
E liberdade
(liberdade,essa palavra enorme).
Para descobrir se realmente
Há o ponto certo

Há o ponto certo?

Lá em frente tem o outro ponto
Para descanso
Na hora que sentir
Que se deve um descanso
Mas depois
Há sempre que avançar
O ato de descoberta
(De descobrir-se, desencobrir-se)
Por mais dolorido que seja
Ainda sim,
Guarda sempre
Um punhado de esperança

(27.08.12- Stephanie)

quinta-feira, 16 de agosto de 2012


São essas pequenas (grandes) coisas
que ficam guardadas:
quando deixamos
uma rosa
e um canto,
um bilhete ou uma carta perfumada
 guardadas na gaveta
para fazer surpresa ao amor.
Essas coisas bonitas
que nos fazem chorar
quando ninguém nos vê
 Essas pequenas (grandes) coisas
são as que ficam
e inundam nossos olhos
quando os dias
insistem em se chamarem
saudade...

(Stephanie Vieira Brito 16.08.12) 


Se te ensinaram a ter uma voz macia,
A amar com paixão A cuidar com carinho
- Isso não precisa ser um problema 
Mas se sua voz se cala diante de outra mais forte 
Se o amor vira submissão 
E se o cuidado impede a luta 
- Nem que seja por um momento 
Pode ser necessário gritar, 
Odiar 
E criticar com firmeza: 

Por amor

(Lira Alli)





com pedrinhas lilás fomos construindo histórias e um grande colar de sonhos.
cantamos músicas de alegria para fortalecer nossos laços de mulheres guerreiras.
pintamos, colorimos, criamos e recriamos e assim caminharemos
nós, nosotros, nós todos e todas


Para este dia bonito,

ficam os desejos de continuar 
e de sonhar e de construir
e de
e de...


(Stephanie Vieirra Brito-15.08.12)

sábado, 11 de agosto de 2012

Quarto escuro, fim de tarde fria, os livros e roupas espalhados no chão...A única claridade que se vê é da rala luz que entra pela janela. A chuva forte faz ventar barulho, as gotas de água escorrem ligeiramente pelas frestas. É fim de tarde e me acomodo nesse quarto aconchegante que sinto querer me cuspir fora por pura vontade de me ver viver.

(Canto para espantar o silêncio 
e tenho a leve impressão de ter respostas)

Essa rala luz me dá esperanças.
Esperanças de ver-te. Vem!

Vem e traz contigo essa poesia do teu sorriso
Esse a-mar inundado de riquezas
Essa felicidade que floreia minha alma e minha vida
Vem com essas ondas fortes me tirar dessa cama vazia
Vem para gente se aventurar

Se não vieres eu vou. 
E irei! 

Deixarei para trás essa luz rala 
E buscarei na tua pele
A luz que incendeia meu ser

(Para fazer arder meus dias)


Stephanie Vieira Brito 22.07.12

domingo, 15 de julho de 2012

(Para ler ouvindo Paralelas-Belchior)


Dentro do carro
Sobre o trevo
A cem por hora, ó meu amor
Só tens agora os carinhos do motor


Voltando pra casa, na estrada, te reencontrei. Pela janela fiquei a observar o vento que embalava teus cabelos lisos e negros. E nessa velocidade de trem bala, meus olhos foram se voltado em tua direção que cada vez mais se distanciava. Poderia ter parado, gritado, corrido no teu sentido, para ter misturado os meus abraços com os teus (Abro a vidraça e grito, grito quando o carro passa, teu infinito sou eu, sou eu, sou eu, sou eu).  Como eu queria ter congelado o tempo para poder ter tido a oportunidade de gastar as horas só em te olhar, olhar, olhar e de repente te sorrir se alguma coisa te fizesse me notar.

 (Foi de uma delicadeza profunda te rever)

(15.07.12- Belém, Stephanie Brito)

terça-feira, 10 de julho de 2012

                                                   


         quantas fomes da alma um abraço não cura, não é mesmo?
      senhoras e senhores, eu sei, eu sei que cura..
                                 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Hoje tinha dentro de mim uma vontade de escrever. De transformar em palavras rimadas os meus devaneios. Em frente ao computador sentada na poltrona, ouvindo: me faz bem, palavras soltas no pensamento ficaram atravessadas na garganta. Mãos e lábios trêmulos se esforçaram para desenharem o papel com rimas e versos. Em branco continuou. Os sentimentos e as palavras possuem mais mistérios que o mar.
                                                     O silêncio se fez presente (dentro de mim).
                                                     O cedê ainda rolava...Nascimento.



(Stephanie Vieira Brito- 05.07.12)

sábado, 23 de junho de 2012

Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças

Tantos desejos gastos na saliva dos nossos beijos, que depois da tua prematura partida ganharam um espaço grande na memória e no coração. Lembro-me daquela fuga, e nós, feito dois amantes, sentíamos um frio, daqueles que só sentimos diante de tamanha adrenalina. Lembro-me dos nossos abraços e guardo desses longos momentos, dos corpos unidos, a segurança da alma. Lembro também da noite em que te fostes deixando um demorado abraço e um acenar de como quem diz "Até mais, minha Flor". Lembro-me de tantas coisas. Nesses dias calmos e corações aos tropeços eu me permito recordar de tudo que ficou.

Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade


(Stephanie Vieira Brito 23.06.12- nas madrugadas de Belém)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Ah, menina, como me fascinas. Esses teus sorrisos largos, me ilumina. Esse olhar apaixonado me domina. Esse corpo voluptuoso, que arrisca de um jeito embaraçoso, a arte do que é belo e prazeroso. Ah, menina, sou menino teu, sou céu quando esse é mar adentro de um bonito encantamento, sou fel quando a voz ferina me domina. Ah, menina, o desenrolar dessas certezas, me descrevem com presteza, a medida dessas impurezas costuram histórias do mar que beijou a lua de forma tão doce e pura, que quem estava lá a beira mar, a contemplar esse luar, se encantou e tratou logo e imitar, a lua que beijava o mar, o mar que beijava a lua, uma poesia nua e crua.

 (Stephanie Vieira Brito-09/06/12)

domingo, 17 de junho de 2012

Um texto de Ana Jácomo.

De repente, um silêncio tão bem dito que não entendi mais nada. Ao contrário de outros, alguns silêncios apagam a luz.

Bendita seja a claridade das palavras também quando permitem que dúvidas sejam dissolvidas. Que equívocos não sejam alimentados. Que distâncias não cresçam. Que a confiança prevaleça. Que o afeto não se torne encabulado.
Bendita seja a claridade das palavras também quando ficamos no escuro da incompreensão, tateando as paredes deste cômodo pouco ventilado à procura de um interruptor qualquer que acenda o nosso entendimento.

Bendita seja a claridade das palavras também quando aproximam, em vez de afastar. Quando nos possibilitam o conforto da verdade, mesmo que ela desconforte. Quando simplesmente queremos saber o que está acontecendo com as pessoas que amamos simplesmente porque amamos.

Bendita seja a claridade das palavras quando ditas com o coração. Ele sabe como acender a luz.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

"Te escribo desde los centros de mi propia existencia
Donde nacen las ansias, la infinita esencia
Hay cosas muy tuyas que yo no comprendo
Y hay cosas tan mias, pero es que yo no las veo
Supongo que pienso que yo no las tengo
No entiendo mi vida, se encienden los versos
Que a oscuras te puedo, lo siento no acierto
No enciendas las luces que tengo desnudos,
El alma y el cuerpo"

domingo, 10 de junho de 2012

O dia em que olhar virou canção.
O dia em que teus lábios tocaram os meus.
O dia em que teus braços se cruzaram em minhas costas.
O dia em que a poesia se fez do silêncio...


(Stephanie Vieira Brito- 10/06/12)

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Ana Rosa Kucinski.

 (Desaparecida política em 22 de Abril de 1974. Militou pela ALN)

     "Quando, às vezes, fazendo concessões ao sofrimento e tocando em feridas que sangrarão para sempre, me transporto aos anos de 1960-67, vejo-me na casa de Ana Rosa ouvindo e fazendo confidências ao som de uma música clássica. Então, ao lado da amiga-irmã, vivo momentos de intensa poesia. Não que Ana escrevesse versos; sua maneira de ser era um poema.
                Lembro-me que o curso que fazíamos exigia de cada um de nós dedicação exclusiva, mas Ana sempre forçou e deixou um espaço para cultivar a música, a literatura e os humanistas. Foi das poucas pessoas que jamais se deixou seduzir pela vida cômoda que poderia ter usufruindo com um diploma de química, que nos proporcionava amplo mercado de trabalho. Ana Rosa era das poucas pessoas que carregava o peso do mundo. Por isso buscava, ansiosamente, o Amor e a Justiça.
                Na busca do Amor tantas vezes caiu e tantas vezes levantou, sem que jamais lhe ocorresse curvar-se perante amor pequeno, porém mais cômodo.
                Na busca da Justiça desconheço os caminhos que possa ter trilhado, mas imagino que foram profundamente penosos.
                Cada vez que recebo informações sobre o sofrimento daqueles que foram vítimas dos nossos Órgãos de Segurança lembro-me dela e consigo vê-la portando-se com grande dignidade, porque jamais teve medo da morte e do sofrimento.
                Buscou e viveu com tal intensidade o Absoluto que quando partiu já era idosa. E se lhe fosse permitido voltar, ela recomeçaria tudo de novo, da mesma forma". (Ignez, colega de Ana Rosa)


#PelaMemóriaVerdadeeJustiça


a poesia é que me embala,
Nessas madrugadas desastrosas.


(stephanie Vieira Brito 06/06/12)

terça-feira, 5 de junho de 2012





Pés descalços 
Não tenha medo de pisar no chão
Andar pelas ruas ferinas na contramão
De sentir o calor ou frescor da terra


Não tenha medo de ocupar as ruas das cidades
De colorir cada muro com arte
De brincar de malabares


Pés, pés descalços nessa vida
Pés descalços nessa estrada


(Stephanie Vieira Brito 05/06/12)

quinta-feira, 17 de maio de 2012

São sete horas da manhã.

Suave sorriso, sereno rapaz
Anda pelo mundo forte e sagaz,
Percorre os mais obscuros caminhos
Para alcançar a luz no fim do túnel.
Luz que acredita com fervor.
Luz que sabe que um dia vai iluminar o mundo.
Sem excluir, sem renegar ninguém.

Não teme, não foge, não se retira.
Menino de sorriso jovial
Rapaz de olhar doce e profundo
Sabe as manhas desse mundo.

Homem que acorda às seis da manhã
Já na correria do dia
E na correria permanece até de noitinha.
Não tem tempo para si
Não tem tempo para se amar
O amor pelo seu povo em primeiro lugar.

Homem que anda ao som de Elis
E Novos Baianos, Caetano
Até o Nirvana, Pearl Jam.

Homem mais sentimental que já vi
Homem que veio lá de sampa
Veio construir sua história aqui.
Homem corajoso
Homem lindo demais.

(Stephanie Vieira Brito 17/05/12)


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Regras do jogo- para os homens que queiram amar as mulheres mulheres - Gioconda Belli

1- o homem que me amar
Deverá saber abrir as cortinas da pele,
Encontrará a profundidade de meus olhos
E conhecerá o que mora em mim,
A andorinha transparente da ternura.

2- o homem que me amar
Não quererá possuir-me como uma mercadoria,
Nem exibir-me como troféu de caça,
Saberá estar ao meu lado
Com o mesmo amor
Com que estarei ao lado seu.

3- o amor do homem que me amar
Será forte como as árvores do pinheiro
Protetor e seguro como eles,
Claro como uma manhã de dezembro.

4- o homem que me amar
Não duvidará do meu sorriso
Nem temerá a abundância dos meus pêlos,
Respeitará a tristeza e o silêncio
E com carícias tocará meu ventre como uma guitarra
Para que brote música e alegria
Desde o fundo do meu corpo

5- o homem que me amar
Poderá encontrar em mim
A rede onde descansar
O pesado fardo de suas preocupações,
A amiga com quem compartilhar seus segredos íntimos,
O lago onde flutuar,
Sem medo de que a âncora do compromisso
O impeça de voar quando lhe ocorra a idéia
De vir a ser pássaro.

6- o homem que me amar
Fará poesia com sua vida
Construindo cada dia
Com o olhar posto no futuro.

7- por que todas as coisas
O homem que me amar
Deverá amar o povo
Não como uma palavra abstrata
Tirada da manga,
Mas sim como algo real e concreto
Ante quem preste homenagem com ações
E dará a vida se for necessário.

8- o homem que me amar
Reconhecerá no meu rosto na trincheira
De joelhos na terra me amará
Enquanto os dois disparam juntos
Contra o inimigo

9- o amor de meu homem
Não conhecerá o medo da entrega
Nem temerá descobrir-se ante a magia do namoro
Em uma praça cheia de pessoas poderá gritar
- te amo-
E fazer ecos no alto dos edifícios
Proclamando seus direitos de sentir
O mais bonito e humano dos sentimentos

10- o amor de meu homem
Não o escutará nas cozinhas
Nem nas fraldas do filho,
Será como uma brisa fresca
Levando-lhe entre as nuvens de sonhos e do passado
As fraquezas que por séculos,
Nos mantiveram separados
Como seres de estaturas distintas

11- o amor de meu homem
Não quererá rotular-me e etiquetar-me,
Me dará ar e espaço
Alimento para crescer e ser melhor,
Como uma revolução
Que se faz em cada dia
E começo de uma nova vitória

sábado, 5 de maio de 2012

Como me encanta a energia doce
Desse teu canto ardente.
Que suavemente derrama
Essas águas de março
Pelos meus ouvidos.

Serena eu canto e me encanto
Nesse mistério profundo.
Gracias a la vida
Quando o que se mais
Deseja é o mergulho intenso.

É da dança, é da música
É do vento
São energias caudalosas.

Como me encanta a sutileza
Dessa trilha sonora
Que escandaliza em certos ouvidos
Porém assopra delicadamente nos meus...

Gracias a la vida...

(Stephanie Vieira Brito, 05/05/12)

sábado, 28 de abril de 2012

Se me perguntarem eu não sei
Talvez foi Deus quem quis assim
Não me culpo, hoje
Já me culpei demais

Se me perguntarem capitã
Diria eu não sei
Falando assim em destinos
Astros e estrelas

Mas se me perguntarem "e por você?"
Eu diria...
Porque eu quis...

(Stephanie Vieira Brito, 28/04/12)

sábado, 21 de abril de 2012

liberdade é sangue quente
que corre pelas minhas veias Latino-americanas.
liberdade é doçura orgástica e leveza relaxante.


liberdade é fogaréu
que arde nos corações pulsantes.
é mulher que decide e escolhe
seguir adiante.


liberdade é o povo que grita
é juventude que não cala.
liberdade é pluma leve...
é fogo ardente ...

(Stephanie Vieira Brito, 21/04/12).

domingo, 15 de abril de 2012




Quando a gente acha que não tem rumo

Quando a gente acha que não vai dar pé!
Sempre acontece do sol brilhar mais forte
Sempre acontece a chuva da bonança
O vento que embala seus cabelos
Que sacode o seu vestido
A poesia mais profunda 
Gritando  liberdade.
Quando você acha 
Que não há nada
Aí vem o tudo...
O novo....
Sempre... 
vem...


(Stephanie Vieira Brito)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Na leveza do ser encontramos a forma mais doce e bela de amar. Se você ama, então diga que ama. Sem economizar energia. Sem medo, sem nós na garganta. Diga e diga com vontade se essa for a sua real vontade. Não há nada melhor, do que quando fazemos aquilo que nosso coração está sentindo. E não perca tempo, deixar para amanhã é tão incerto. Diga hoje, diga sempre, diga!
Nada de criar condições, “só digo se o (a) outro (a) disser”, se você sente a necessidade de fazer música aos ouvidos da outra pessoa, então faça. Faça no exato momento em que está sentindo, pois, depois, mesmo sendo verdadeiro, já perdeu o sentido do momento, o frescor da hora, a paisagem já não será mais a mesma, a vontade, a sensação igualmente não. Bom mesmo é no momento certo, aquele em que você deixou o coração falar por si e sem ao menos pensar, já tinha saído. É mágico ver a surpresa na expressão desse ouvinte que acabou de ser abraçado e acariciado com as palavras. O amor é bom e gostoso de todas as formas, até quando não está diretamente ligado a você.
Ver o amor nas ruas, nas praças, em casa, acordar e dormir num lugar repleto de amor e carinho, nos faz sentir que somos especiais nesse mundo de meu Deus. E é esse sentimento tão sublime e tão intenso que dá sentido a humanidade. Que nos faz mais humanos a cada dia de existência. Portanto, não faz sentido algum, esconder, deixar para próxima  aquela palavra que enche de alegria os corações pulsantes na Terra. Te amo, te quero, te desejo bem, te gosto, te adoro...e tantos mais carinhos que houverem.
(Stephanie Vieira Brito)

sábado, 7 de abril de 2012

A cultura do terror / 2

"A extorsão
O insulto,
A ameaça
O cascudo,
A bofetada,
A surra,
O açoite,
O quarto escuro,
A ducha gelada,
O jejum obrigatório,
A comida obrigatória,
A proibição de sair,
A proibição de se dizer o que pensa,
A proibição de fazer o que sente,
e a humilhação pública,
são alguns dos métodos de penitência e torturas tradicionais na vida da família.
Para castigo à obediência e exemplo de liberdade, a tradição familiar
perpetua uma cultura de terror que humilha a mulher, ensina os filhos a mentir
e contagia tudo com a peste do medo.


- Os direitos humanos deveriam começar em casa - comenta comigo, no Chile, André Dominguez."

                         GALEANO, Eduardo. O livro dos Abraços. Porto Alegre: L&PM, 2000. 8ed. p. 141.

segunda-feira, 2 de abril de 2012


SANGUE DE OUTROS
Leio os poemas dos mortos
eu que estou viva
eu que vivi para rir e chorar
e gritar pátria Livre ou Morrer
em cima de um caminhão
no dia em que chegamos a Manágua.
Leio os poemas dos mortos,
vejo as formigas sobre a grama,
meus pés descalços,
teu cabelo liso,
costas curvadas numa reunião.
Leio os poemas dos mortos
e sinto que este sangue com o qual nos amamos
não nos pertence.
(Gioconda Belli)

segunda-feira, 12 de março de 2012

Como você reage a “brincadeiras” machistas dos amigos?

Denise Rangel

Profª de Literatura e Produtora de Rodas de Leitura; Feminista; Ecoconsciente; Sturm und drang! http://blogueirasfeministas.com/2011/09/brincadeiras-machistas/
A exposição ao humor machista pode levar à tolerância de sentimentos hostis e discriminação contra as mulheres. Nossa atitude leva os homens a acreditar que o comportamento machista está dentro dos limites de aceitabilidade social.
Quando um homem conta uma piada ou faz uma brincadeira machista, você é  uma das pessoas que diz: “Você sabe que eu não acho isso engraçado”, mesmo correndo o risco de ser chamada de “feminista sem senso de humor”? Para ser sociável você tem de rir? Afinal, “os homens fazem as brincadeiras machistas por diversão!”, “São só brincadeiras!”, dizem-me as mulheres que acham graça delas. Bom, nesse caso, parece que, essas mulheres, para serem aceitas no grupo, precisam rir das brincadeiras e das piadas, pois só assim serão tratadas como igual.
Circo da Madalena. Imagem de Dayla Duarte, no Flickr em CC, alguns direitos reservados.
Muitas mulheres dizem  que “homem não presta”,  que “homem é assim mesmo” e  aceitam  as brincadeiras  machistas, porque  tal comportamento é  da natureza e do instinto masculino. E muitos deles ficam aborrecidos se chamados de machistas, pois não se consideram como tal, e, portanto, não admitem  serem enquadrados em qualquer definição sexista.  Infelizmente,  o machismo é tão poderoso e tão prevalente  porque muitas pessoas acham que está tudo bem.
Quero deixar claro que, se uma piada é engraçada, eu vou rir! Porém, penso que é importante as mulheres  reagirem honestamente, se algo na piada as deixa desconfortáveis. As brincadeiras de cunho machista se perpetuam porque o preconceito contra a mulher ainda é visto como algo menor, que não chega a despertar repugnância. E precisamos deixar bem claro que não é. O preconceito contra mulheres é muito grande, é pernicioso, é relevante! E, com nossa atitude autêntica, apontar  o machismo nas brincadeiras é só mais uma forma de alertar para a existência dele.
A mulher  tem um papel fundamental na mudança do machismo cultural brasileiro, mas, sem consciência  de que ele existe e é perpetuado por ela, isso será impossível. Acontece que, quando pessoas como eu apontam o  machismo em comentários, piadas e brincadeiras, há mulheres que dizem que somos exageradas, que a intenção do homem não era machista, e, portanto, a ação em si não era machista. Isto não só ajuda a perpetuar esses comportamentos machistas, como também  estimula o ressentimento para com as feministas e  o movimento em favor dos direitos da mulher.
A Srta. Bia disse, em um de seus posts, “que existe um paradigma da vulgaridade, o sexo nunca foi tão exposto, nossa sexualidade parece ter sido sequestrada pela pornografia“. As piadas machistas perpetuam o machismo, pois mostram que as mulheres devem ser usadas como objetos sexuais, e solidificam a ideia de que os homens são melhores do que elas. Algumas piadas banalizam  a violência e a agressão sexual e perpetuam a ideia de que a violência  contra mulheres seja tolerada.
Meu objetivo não é culpar as mulheres, mas apontar o perigo de reproduzirmos os valores tradicionais, ao aceitarmos tais atitudes como normais e próprias da natureza masculina. Se, sempre que vemos alguém, em casa ou no trabalho, fazendo piada machista, e não reagimos honestamente, o machismo continua vivo.  Percebo o ar de satisfação nos colegas de trabalho quando as mulheres riem de suas brincadeiras. É como se enviassem uma mensagem de que está tudo bem, que nós não nos importamos, que eles têm nosso apoio. Será que nós, mulheres, não ajudamos a perpetuar o machismo de alguma forma?
A exposição ao humor machista pode levar à tolerância de sentimentos hostis e discriminação contra as mulheres. Nossa atitude leva os homens a acreditarem que o comportamento machista está dentro dos limites de aceitabilidade social. Uma pesquisa alerta que as pessoas devem estar cientes da prevalência do humor depreciativo na cultura popular, e que o pretexto de que são “diversões  benignas” ou de que são “só uma piada”  dá-lhe o potencial para ser uma força poderosa e difundida, e que pode legitimar preconceitos em nossa sociedade.
O que você pode dizer em resposta a piadas desse tipo?
  • Diga que não é nada engraçada uma piada sobre estupro, por exemplo, porque o estupro é um evento traumático e um crime violento.  Brincar sobre este tipo de violência nos  faz esquecer o que ele realmente é, e como ele é sério.  Há uma boa chance de que alguém na sala tenha uma pessoa próxima que foi violada ou sexualmente agredida.
  • Se  alguém diz que o piadista faz as brincadeiras para  “alegrar” o ambiente,  você pode dizer  que, ainda assim, não acha engraçado. Não se surpreenda se disserem que você não tem senso de humor.  Você plantou uma semente deixando clara a mensagem de que você não corrobora com atitudes que perpetuam o machismo.
  • Saiba que você não está sozinha ao  reagir a um comentário machista. É provável que  ninguém mais tenha se pronunciado contrariamente à brincadeira, porém não concorda com ela. Outras pessoas sentem-se  aliviadas quando alguém fala e são encorajadas a se manifestar  também.
  • Mesmo se você for a única a não rir, os “humoristas” saberão exatamente o que há de errado com um comentário ou piada aparentemente simples. Deixe-os saber o impacto que tem sobre você ou outras pessoas.  A maioria das pessoas são razoáveis ​​e uma vez que reconhecem as origens do  potencial de dano de uma brincadeira machista, eles encontrarão outras formas de fazer piadas.
Como reagir a piadas machistas?
Eu, geralmente fico séria, ignorando completamente  a brincadeira. A maioria das pessoas querem uma reação, boa ou ruim. O objetivo é chocar.  Não é necessário fazer um discurso a cada situação desconfortável diante de uma piada machista. Respostas simples  são muitas vezes eficazes.
Quando um colega de trabalho me perguntou se eu queria ver  um  “convite”  que ele fizera para um  evento só de homens, com  fotos de mulheres  “gostosas” e em trajes sumários,  eu, naturalmente, disse que não queria ver, pois ele sabia que sou feminista. E, em nome de nossa amizade, era melhor ele não me mostrar estas coisas. Ele apenas respondeu “tudo bem” e guardou o convite.
Quando reagimos assim a um comentário ou brincadeira machista, é possível que a pessoa  que os fez  vá  continuar a fazer tudo de novo; porém, se mantivermos o mesmo comportamento, de explicar que não compartilhamos risadas a comentários humorísticos envolvendo a mulher, logo ela perceberá que nossa luta pelo fim da violência contra a mulher  é séria,  e que machismo e violência contra a mulher não são motivo de riso.
E você, como reage às sessões de humorismo machista dos amigos, em seu dia a dia?

sábado, 25 de fevereiro de 2012

"Eu não sabia explicar nós dois
Ela mais eu
Porque eu e ela
Não conhecia poemas
Nem muitas palavras belas
Mas ela foi me levando pela mão
Íamos todos os dois
Assim ao léo
Ríamos, choravamos sem razão
Hoje lembrando-me dela
Me vendo nos olhos dela
Sei que o que tinha de ser se deu
Porque era ela
Porque era eu"

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Só porque não posso mudar tudo,
não significa que não posso mudar nada.

Uma opinião mudada por algo que você disse.
Um estilo de vida ajustado pelo que você sugeriu.
Um trajeto mais claro tomado com instruções que você deu.
Um mundo relevado pelo que você fez.

Um tijolo hoje é um a menos para amanhã.

1905 , Can't Change Everything

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Certas coisas.


(...)

eu te amo calado
como quem ouve
uma sinfonia
de silêncio e de
luz
nós somos medo e
desejo somos
feitos de silêncio
e som
tem certas coisas
que eu não sei dizer
A vida é mesmo assim
dia e noite
não e sim
eu te amo calado
como quem ouve
uma sinfonia
de silêncio e de
luz
nós somos medo e
desejo somos
feitos de silêncio
e som
tem certas coisas
que eu não sei dizer