A que mais te poetiza em mim
Aquela que alumia o canto da casa
Da rua e também das almas chorosas
Aquela que celebra teu olhar
Este aí tão bonito,
que me sobe e
me desce
E que guarda os mistérios uivantes
dos ventos fortes da fria escuridão
É contraditório, bem sei!
Sei que teus olhos são tão cheios de ternura
Que chegam a escandalizar os olhares atrozes
Bem como guardam noites escuras,
Espantosamente imersos no profundo
Ávidos por eloquência, cheios de mistérios,
pavor, imaginação, criação, profusão
Tão surreal
Como as obras de Dalí
Tão poeticamente transgressor
como Gioconda Belli
E entre o mistério e a clareza
Entre a pintura e a poesia
A palavra e a imagem
Existe a linha do horizonte
Que se expande
Um espaço cognitivo
Em que gosto de habitar
Apreender-te, te perceber
decifrar e ser banhada
Por essa luz e esse mistério
Nessa minuciosa busca não encontrei
Nem nunca espero encontrar
essa poesia fixa
essa linguagem asfixiada
Essas palavras que te encerram
e te fazem absoluto
Pois caminhar
para te desvendar
é sempre transgredir
os limites do ser e não ser
A linha tênue
o fio da meadaa linha do horizonte.
Stephanie.
Com amor, te dedico: Vini.
Belém 26.09.13
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