Com o pano amarelo
lentamente vou
desembaçando
o vidro desta janela
Meus olhos
atentos e curiosos
vão percebendo:
os tempos são outros
e eu consigo ver
sentir, perceber
O cheiro de flor
espalhado na cidade,
me diz que é primavera,
há coisas desabrochando
no coração desse Brasil
(novamente)
E esse som agradável
dos tambores, chocalhos
baterias, flautas
me fazem dançar
nas pontas dos pés
e minha saia a rodar
diz o ritmo
daquilo que virá
Daqui desta janela
meus olhos acompanham
o caminhar ligeiro
dos que passam
do outro lado (da rua)
E lembro da velocidade,
da vida dura e carrasca,
"da força da grana
que ergue e destrói
coisas belas",
mas que mesmo assim
ali, logo ali ao lado
consigo ver o olhar
daqueles e daquelas
que não nasceram
para serem escravos
o olhar pungente
de força, esperança
e luta
há que se lutar,
marchar pela cidade
ombro a ombro,
por isso corro, desço e
me unindo ao povo penso:
é daqui que te vejo
mundo novo
Stephanie Vieira Brito 15/06/13
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